A cidade de mais de 25 mil habitantes que é cortada pelo rio que dá nome a ela se transformou neste domingo, 17 de agosto. Casas decoradas e uma verdadeira legião de voluntários estavam de braços e portas abertos para receberem peregrinos de todo o Estado que vieram a Taquari participar da Romaria da Assunção e Jubileu das Pastorais Sociais. Ao longo de todo dia, cerca de dez mil pessoas cruzaram a cidade com destino ao Santuário, mas, conversando com quem esteve lá, fica claro que não é isso que mais impressiona. “Estou aqui - em Taquari - desde sábado e é muito bonito ver os voluntários, todo o povo se preparando para este dia. Mas, quando chega o dia, realmente toca a gente a emoção e devoção, a piedade popular manifestada de uma maneira tão simples e bonita”, observa o padre Jonas Gomes, coordenador de Pastoral da Diocese de Montenegro.
A Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria é celebrada no dia 15 de agosto, desde o século V, com o significado de "Nascimento para o Céu". Em outras palavras, é a memória que se faz do momento em que Maria é elevada aos céus. Na Paróquia São José de Taquari, a tradicional Romaria marca esta data. Neste ano, dentro do Ano Jubilar, a Diocese de Montenegro promoveu junto da Romaria o Jubileu das Pastorais Sociais. “Nossa escolha foi significativa porque queremos somar nas celebrações jubilares. E, também, porque aquele foi um espaço atingido pelas enchentes do ano passado, lembrando assim dos atingidos pelas águas, mas também aqueles atingidos pela solidariedade que desenvolveram tantos trabalhos bonitos em nossas paróquias”, destaca o bispo Diocesano Dom Carlos Romulo.
A movimentação era grande desde as primeiras horas de domingo no Santuário Nossa Senhora da Assunção, em Taquari. Às dez horas foi celebrada a missa no Santuário. “Muitas pessoas não participaram da caminhada, mas vinham de forma muito bonita e silenciosa fazer sua oração e manifestar sua devoção. Destaco a beleza das pessoas que rezavam o terço quando os peregrinos chegavam em romaria. A devoção de nosso povo é muito grande. Em outro momento, emocionava ver as pessoas chorando diante do terço de balões que subia diante deles”, conta o frei Flávio Guerra, vigário na Paróquia São José.
Referencial das pastorais sociais na Diocese de Montenegro, o padre Ricardo Nienov, pároco na Santo Antônio da Vendinha, em Montenegro, também se sentiu profundamente tocado pelas demonstrações de fé das pessoas. “Durante todo o dia pude ver uma fé simples e singela. Isso já impressiona. O ponto alto foi a Celebração Eucarística, que sempre é o ponto alto, mas, esta da tarde foi especial, muito bonita e celebrativa” enfatiza o religioso. A celebração que ele refere ocorreu no meio da tarde, quando os fiéis da Romaria já haviam chegado no Santuário, pois a caminhada começou logo depois do almoço. “Trazer as pastorais sociais para este momento foi muito importante, cheio de significados, como o plantio de mudas de árvores que fizemos, lembrando a ecologia integral” acrescenta Ricardo.
Cada paróquia da Diocese representada no Jubileu das Pastorais Sociais recebeu uma muda de árvore frutífera para plantar em algum lugar significativo de sua comunidade. É um sinal de comprometimento com a Casa Comum e comemoração pelos 800 anos do Cântico das Criaturas escrito por São Francisco de Assis.
Se os religiosos se disseram extremamente tocados, entre os leigos o sentimento só não era o mesmo como também se misturava a admiração. “Tudo muito lindo, muita, muita gente, a cidade, as casas enfeitadas, muitos voluntários, fomos muito bem acolhidos”, observa Mariloy Petry. Ela esteve na Romaria também representando a Pastoral Carcerária e garante que saiu fortalecida desta experiência enquanto agente de uma pastoral social. “Muitas pessoas nem conheciam nosso trabalho e hoje nós fomos vistos. Temos uma penitenciária modulada com 1.800 presos em nossa Diocese e precisamos que a equipe se fortaleça para suprimir as demandas. Temos um trabalho também de visita e ajudar às famílias de presos, alcançando alimentos, roupas e até mobília”, completa.
Isolete Martins é agente da Pastoral da Criança. Ela também destaca a gigantesca manifestação de fé da Romaria. “Tudo foi muito significativo, o encontro com todos de modo especial as pastorais sociais. Mas, o melhor momento foi a missa, celebrada por Dom Carlos e os padres referenciais”, diz. Isolete saiu de lá fortalecida pelo Evangelho do dia e pela relação com que se fez entre Maria e o serviço, pois sua prontidão à ajuda à prima Isabel, por exemplo, e em tantos outros momentos desde o seu sim para Deus, é o que move as ações sociais como as da Pastoral da Criança.
Maria Liane Dullius Friedrich se impressionou com a quantidade de pessoas e famílias inteiras, se integrando a esta grande manifestação de fé sob um sol quente que mudou a cara do ainda domingo de inverno. Agente da Pastoral da Saúde, não é supresa que ela se preocupe com o bem-estar das pessoas. Animada pelas palavras de D. Carlos Romulo, bispo diocesano, e D. Paulo De Conto, bispo emérito, Liane não titubeia em pontuar: “saio de lá fortalecida como agente, pois foi a primeira vez que esta ação pastoral foi tão divulgada na Diocese. E saio com a esperança de que esta Romaria tenha despertado os corações das pessoas à atenção aos mais necessitados”.