Um momento para viver a catolicidade, um momento de alegria, segundo dom Leonardo Steiner. Aos pés do túmulo onde está sepultado o primeiro Papa, aquele que receberá o capelo cardinalício no dia 27 de agosto, insistiu em “expressar a alegria das nossas Igrejas”, destacando, a partir da sua experiência em Manaus, “o carinho enorme que o Povo de Deus tem pelo Papa, e nós nos alegramos com nossas comunidades”.
Segundo o arcebispo de Manaus, “o túmulo de Pedro, para nós bispos, tem o significado não apenas do primado”, destacando o caráter extraordinário da figura de Pedro, “porque tem muitas fragilidades, tem muitas fugas, muitas pedras, mas um homem de fidelidade”. Dom Leonardo Steiner afirmou, se dirigindo aos bispos, que “na figura de Pedro, nós nos vemos, nos entendemos e compreendemos como pessoas, mas nos vemos, nos entendemos e nos compreendemos também como bispos”, ressaltando que fazem parte desse ministério de séculos.
Ele falou aos bispos que “diante do túmulo de Pedro peçamos além da fidelidade, a graça da gratidão, gratidão por podermos exercer na Igreja esse ministério ao serviço das nossas comunidades”. Dom Leonardo, ao elo das palavras de São Paulo, disse que “a força não está em nós mesmos, a força está no ministério recebido”. Diante da tentação de centrar tudo em si próprio, chamou a perceber que “a força do Espírito, a força do Reino de Deus, esteja a guiar as nossas Igrejas e a guiar nosso próprio ministério”.
O arcebispo de Manaus chamou a descobrir “a nossa finitude, que é cheia de fragilidade, fraqueza”, sendo o próprio ministério que liberta, “na medida em que vamos retornando, nos entusiasmando, buscando, servindo, nos entregando”, fazendo ver a necessidade de sair das amarras de si mesmos e das amarras do sistema. Ele também quis agradecer aos Papas que os nomearam, insistindo em que “não é nenhuma promoção, mas é uma graça que Deus nos deu”, ressaltando que é um serviço à Igreja, que tem que ser feito com alegria.
A celebração eucarística foi seguida por “um encontro inesquecível e memorável”, segundo dom Edson Damian. Ainda emocionado, depois de mais de duas horas de encontro, iniciado com a saudação pessoal a cada um dos membros da visita ad Limina, onde o Papa Francisco foi recebendo e se interessando pelos presentes de cada uma das igrejas particulares, o Presidente do Regional Norte1 insistiu em que o Papa Francisco diz logo no início: “aqui eu quero que vocês digam tudo o que quiserem, perguntem tudo o que quiserem, façam críticas também, aqui precisa liberdade, porque quando não há liberdade, não existe diálogo”, segundo dom Edson. Palavras que deram passo a um longo diálogo em que o Papa “foi ouvindo as perguntas, as colocações de cada um”.
O Bispo de São Gabriel da Cachoeira agradeceu ao Papa Francisco pelo Sínodo para a Amazônia e o Sínodo sobre a sinodalidade. Ele, que é bispo da diocese com a maior porcentagem de população indígena do Brasil, lhe expressou ao Santo Padre o grande agradecimento dos povos indígenas “porque pela primeira vez, são escutados, e eles se sentiam tão felizes”, destacando o trabalho fantástico de escuta feito no processo sinodal do Sínodo para a Amazônia, algo que está sendo repetido com o Sínodo atual, mostrando o Papa aos povos indígenas, “como ele os leva a sério”.
O Papa insistiu aos bispos que “escutem os povos indígenas, escutem as comunidades de base, o Espírito Santo age através dessas pessoas, dos pobres da Igreja, e vocês estão na fronteira, vocês estão com os mais pobres, vocês estão onde eu gostaria de estar”.