Em comunhão e sintonia com a Igreja do Brasil, desde 2014 a Diocese de Montenegro decidiu apostar na iniciação à vida cristã como eixo central de toda sua ação pastoral. A caminhada do Plano Diocesano de Pastoral iniciada há quatro anos rendeu tantos frutos que na Assembleia Diocesana de Pastoral de 2017 a decisão foi unânime entre todas as lideranças diocesanas: é preciso seguir neste caminho. No entanto, com um acréscimo importante e crucial: iniciar as pessoas na fé cristã passa a ser compromisso de toda a comunidade, afinal, “é a comunidade inteira que precisa se responsabilizar, transformando-se em ‘Casa da Iniciação à Vida Cristã’”. (CNBB Doc. 107, n. 50).
O lugar da comunidade na Iniciação à Vida Cristã
Conforme o Documento 107 da CNBB, no número 106, “sujeito indispensável dos processos de Iniciação à Vida Cristã é toda a comunidade cristã. Ela é responsável pelo rosto que a Igreja vai apresentar a quem dela se aproxima; é necessário recuperarmos esta convicção e com ela sermos coerentes. O processo de Iniciação à Vida Cristã requer a acolhida, o testemunho, a responsabilidade da comunidade. Quem busca Jesus precisa viver uma forte e atraente experiência eclesial. A Iniciação dos chamados ao discipulado se dá pela comunidade e na comunidade”.
Por que a comunidade é o lugar da Iniciação à Vida Cristã?
Já o Documento número 100 da CNBB, intitulado “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, no seu item 103, destaca que “na visão bíblica o ser humano não é concebido como indivíduo isolado e autônomo. Ele é membro de uma comunidade, faz parte do povo da Aliança, encontra sua identidade como membro do Povo de Deus”. Sendo assim, “o ser humano se forma nas relações que estabelece com a comunidade de fé”. Os primeiros cristãos formaram comunidades que se tornaram inspiração para todas os cristãos de todos os tempos. Nelas percebemos algumas características fundamentais: “seus membros prestarão o culto devido a Deus, cuidarão uns dos outros, formarão comunidades de amizade e caridade, partilharão os bens, serão fiéis à doutrina dos apóstolos e viverão na comunhão da Igreja, se comprometerão com a missão de anunciar e testemunhar Jesus, o Cristo” (conforme o nº 104 do Documento 100).
Sendo assim, “a comunidade se expressará na comunhão dos seus membros entre si, com as outras comunidades e com toda a diocese reunida em torno do seu bispo. Assim, a Igreja, que prolonga a missão de Jesus, há ser compreendida primeiramente como comunhão (communio)” (ver item 126 do Documento 100 – Comunidade de Comunidades).
Por essa razão é que falamos de paróquia como “comunidade de comunidades”, pois as paróquias “são células vivas da Igreja e o lugar privilegiado no qual a maioria dos fiéis tem uma experiência concreta de Cristo e da comunhão eclesial. São chamadas a ser casa e escolas de comunhão” (CNBB, Comunidade de comunidades: uma nova paróquia, nº 138).
Por fim, esta relação entre comunidade e Iniciação à Vida Cristã aparece também nas palavras do Papa Francisco, quando ele diz, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, nº 28, que “a paróquia é presença eclesial no território, âmbito para escuta da Palavra, o crescimento da vida cristã, o diálogo, o anúncio, a caridade generosa, a adoração e a celebração. Por intermédio de todas as atividades, a paróquia incentiva e forma os seus membros para serem agentes da evangelização”.
Oração pelo Plano Diocesano de Pastoral
Ó Deus, eterna comunidade de amor,
Pai, Filho e Espírito Santo,
nós te agradecemos pelo dom do nosso Batismo.
Nele fomos adotados como filhos e filhas em Cristo,
para testemunharmos, neste mundo,
a vida nova em comunidade.
Que a nossa comunidade revele o rosto da Igreja,
pela acolhida, pelo testemunho,
e pela fidelidade ao Evangelho.
E, na Iniciação à Vida Cristã,
todos experimentem o encontro com Cristo,
e se tornem discípulos missionários.
Transforma nossa mente, nosso coração e nossas ações,
para que, na alegria do Evangelho,
cheguemos à conversão pastoral.
Faze-nos compreender que a Iniciação à Vida Cristã,
se dá pela comunidade e na comunidade,
e nela deve traduzir-se em doação, partilha e serviço.
Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós!
São João Batista, rogai por nós.